Aldeia insegura vai contratar guarda-nocturno

28-06-2009 08:53

 

 

Aldeia insegura vai contratar guarda-nocturno

 

 

Os mais de mil habitantes da Venda do Alcaide, Palmela, inseguros depois de sucessivos roubos e actos de vandalismo ocorridos durante a noite, decidiram contratar um guarda- -nocturno, pago com a quotização dos moradores. O roubo de oito portões de alumínio em quintais acelerou a decisão, enquanto o furto de viaturas se avoluma e dois carros foram incendiados.

João Marques, presidente da Associação de Moradores da Venda do Alcaide e um dos habitantes que foi alvo dos ladrões, já instalou um portão novo, desta vez de ferro, que lhe custou 200 euros. Não esconde a revolta quando recorda a madrugada em que foi roubado: "O meu quarto dá para a rua, eu estava a dormir e não ouvi nada. Levaram o meu portão e conseguiram roubar mais sete pessoas. Isto só foi possível porque não há ninguém na rua a fiscalizar", diz, justificando o interesse da população em contratar um guarda-nocturno. "Se ele cá estivesse, até podiam roubar um ou dois, mas não os oito, porque o guarda ouvia o barulho e dava o alerta."

A contratação de um guarda-nocturno foi decidida em reunião de moradores e está "para breve." Nas ruas da Venda do Alcaide, onde a recente conversão do apeadeiro em estação ferroviária explica parte do aumento da criminalidade (porque trouxe mais movimento à localidade), ainda nem todos os proprietários recolocaram os portões, sobretudo os mais idosos, com limitações financeiras, estando o acesso aos quintais vedado... com cadeiras.

Os populares assumem que "já não é tão seguro viver aqui. Há algum tempo que as pessoas deixaram de poder ter os carros abertos e as portas de casa destrancadas", comenta Gertrudes Santos, cujo filho se preparava, uma destas manhãs, para ir trabalhar, quando deu pela falta do carro que deixara estacionado na Rua da Liberdade. O BMW, de 40 mil euros e com menos de um ano, furtado durante a madrugada, acabou por aparecer, sem danos aparentes, no dia seguinte, em Coina.

Menos sorte teve um vizinho que ficou sem o automóvel, incendiado, na urbanização Quinta da Cerca - onde foram furtados seis carros no último ano -, tendo as chamas alastrado a um dos prédios, que ainda exibe os danos. Um gesto de vandalismo repetido dias depois, noutro veículo. Neste caso foi possível apagar o fogo, porque um morador se apercebeu de "movimentações suspeitas" e deu o alerta.|